segunda-feira, 26 de julho de 2010

Gotinhas de chuva

As gotinhas de chuva na janela
que escorrem pelo vidro cristalino
são lembranças de um tempo de menino,
saudades da gostosa primavera.

Jogar à bola, ah que bom que era!
Cantar alegre como um passarinho,
brincar com os meus primos - ver um ninho -
correr, saltar, andar de bicicleta.

No vidro da janela sigo a chuva,
penso na minha avó... tão bom que era,
o gosto dos seus mimos e a doçura...

As férias bem passadas ao pé dela.
Continua a pingar a doce chuva
e eu não tiro os olhos da janela.

 A:CamilaSB 
2010 (imagem retirada da web)

domingo, 18 de julho de 2010

Estação (des)colorida

És uma roseira florida
num jardim azul e rosa
Das cores dos teus rebentos
brotam flores perfumadas
cheias de vida graciosa
Com ternos movimentos
voam de asas abertas
 e em inocentes fantasias
dançam como as borboletas
ao som de alegres melodias
Nesta azáfama e correria
não deste pela chegada do vento
que veio podar-te os rebentos

e varrer as pétalas da alegria
És roseira que perdeu a seiva
e na inesperada melancolia
mergulhas na secura
desguarnecida
Murcham-te as folhas
despes o vestido
- que é traje dos dias de festa -
ficas nua e só
com os espinhos
na estação descolorida

  a sonhar com a Primavera

 A:CamilaSB


2010 (imagem retirada da web)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Nado

Indiferente à corrente
Que ora me empurra
Ora me prende
Nado
E rasgo as marés
A duras braçadas
Em busca de tudo
Guerreira sem espada
Convivo com a vida
No encalço da estrada

A:CamilaSB 
2010 (imagem retirada da web)

sábado, 3 de julho de 2010

Desalento


CHORO para dentro
O meu sentimento
Numa tempestade de EMOÇÕES
Entristeço-me
E desfaleço
Afundo-me na DESILUSÃO
De um mar de sonhos idealizados
Naufragados
Chama por mim o DEVER
Subo à superfície
Da mesma chatice
A de ontem, a de hoje, a de amanhã
A ROTINA
Que me obriga
A recomeçar… remar uma e outra vez
Contra ou a favor da corrente
É INDIFERENTE…


A:CamilaSB 
2010